Alopecia Frontal Fibrosante (AFF) é uma doença nova, descrita inicialmente em 1994. Um tipo de alopecia cicatricial que acometia mulheres brancas, menopausadas, causando falhas nas sobrancelhas com alopecia cicatricial na região, e progredindo para os pelinhos do rosto, na testa, costeletas, e região frontal do couro cabeludo.
A causa da Alopecia Frontal Fibrosante ainda é desconhecida, mas cada vez mais vemos novos casos, e agora também em negras, e homens, e mulheres jovens… as mulheres brancas e menopausadas ainda são maioria, mas não é mais exclusividade delas!
As células de inflamação agridem a raiz do pelo e levam a uma cicatriz no local. Isso significa que o pelo é perdido, não volta a nascer, por isso é chamada de alopecia cicatricial.
Por ser descrita como doença de mulheres menopausadas a questão hormonal sempre foi aventada como causa. Ainda acreditamos nisso, mas não exclusivamente. Precisamos de algo para explicar a ocorrência em homens e mulheres jovens. A ocorrência em indivíduos da mesma família levou ao questionamento da questão genética. Indivíduos da mesma família estão expostos aos mesmos fatores ambientais, então seria outra possibilidade.
O uso de produtos na pele do rosto, como cremes e protetores solares também já foi apontado como vilão na AFF, mas não temos dados que comprovem a relação OK?! Sem pânico, portanto!
Em geral a doença começa nas sobrancelhas e nos pelinhos do rosto, que são perdidos progressivamente. Os pelos da costeleta também são perdidos. A pele na fronte fica lisa e um pouco mais fina, ocorre o recesso da linha de implantação dos cabelos. Ou seja, a testa fica maior, a linha dos cabelos vai para trás.
O paciente pode sentir pinicação e coceira, ou não sentir nada. Alguns pontinhos vermelhos podem ser vistos na base do pelo, mas nem sempre são muito evidentes. Podem passar despercebidos pelo paciente.
Algumas bolinhas podem aparecer na face e deixar uma pele mais rugosa, e manchas acastanhadas também podem acompanhar o quadro. Estas bolinhas são chamadas de pápulas da face.
Hoje em dia já sabemos que a AFF pode também acometer outros pelos do corpo, assim como a região da nuca e atrás da orelha.
Na suspeita do diagnóstico seu médico vai examinar sua pele e seu couro cabeludo, o exame da tricoscopia será feito e muito provavelmente ele fará uma biópsia. A biópsia consiste em tirar um pedacinho da pele e mandar para análise em laboratório.
É uma doença crônica e ainda não conhecemos a cura. O tratamento é feito com medicamentos tópicos e orais, e sem um prazo definido. O objetivo principal é controlar a inflamação, melhorar a coceira e a pinicação, e impedir a progressão da doença.
Infelizmente não conseguimos recuperar os pelos e cabelos que já sofreram com o processo de cicatriz na raiz do folículo.
O diagnóstico precoce e o início do tratamento são fundamentais para evitar a perda do folículos e a evolução para cicatriz.